quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Pelo mundo.

Eu conversava com um amigo sobre essas nossas preocupações tolas sobre a incerteza do futuro.

Ele vai se mudar. Vai colocar toda a sua vida em uma mala e partir em direção a toda uma nova estrutura de vida. Novos amigos, novo ritmo de trabalho, nova paisagem, novo clima, nova cultura. Nada assustador.

Sua voz me lembrava a minha.
Seu olhar me lembrava o meu.
Sua testa franzida, a minha.
Suas mãos trêmulas, as minhas.

Nunca disse que sair do Rio de Janeiro há 3 anos foi o movimento mais fácil da minha vida. Sair de Belém há 1 ano talvez tenha sido até um pouco mais pesado. Mas eu nunca olhei pra trás, nunca pensei em desistir, mesmo quando isso efetivamente me foi oferecido como uma nova opção de vida. Não! Minha vida não é feita apenas de sonhos, ela também se constrói em cima de realizações e conquistas cujo valor só eu tenho consciência.

E foi isso que tentei passar para esse meu amigo. Apesar de tudo sinalizar o contrário, não há nada a temer. Não há nada a lamentar. Há, sim, páginas e páginas de uma nova história que só dependem da maneira como você reage às novidades.

Eu podia escolher me trancar em casa ou me afogar no trabalho. Eu podia escolher chorar dia e noite pela "Cidade Maravilhosa" que se perdeu nas minhas memórias infantis. Mas preferi tomar outra atitude, preferi vencer.

Eu realmente entendi o poder que nós temos sobre nossas próprias histórias quando um idiota um dia me disse:

- Quer dizer que você vai se foder no interior do Estado?

E eu respondi:

- Eu não me fodo nunca. Eu me adapto.

E me adaptei. E aprendi a viver a vida que só uma mudança radical é capaz de proporcionar. Aprendi a viver plenamente a MINHA vida. E eu tenho certeza que o meu amigo entenderá isso um dia.

Boa viagem, meu caro!



terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Na calada da noite

E quando você menos espera, lá está.
Exatamente do jeito que você deixou.
Os olhos não esqueceram como brilhar.
As mãos não esqueceram como tremer.
O coração não esqueceu... de nada.

Você não sabe se quer voltar ao passado e reviver tudo de novo ou simplesmente congelar o presente e nunca mais deixar de sentir, sentir-se vivo.

E quando disserem que nada durará para sempre,
Você não vai acreditar.
E quando disserem que tudo não passou de um sonho,
Você não vai acreditar.
E quando disserem que você é o centro do mundo,
Aí sim, agora sim, você vai acreditar.

Porque quando você menos espera, é o acaso que te lembra que nada mudou.
Somente você.
E para melhor.


domingo, 9 de dezembro de 2012

Faça

Basicamente existem dois tipos de covardia: a que impede alguém de fazer alguma coisa por medo do que os outros vão pensar e a que impede alguém de fazer alguma coisa porque outras pessoas disseram que aquilo não era o melhor a ser feito.

Pensando bem, acho existe apenas um tipo: a que impede alguém de ser o que realmente quer.

Em alguma perspectiva macro, trata-se de ser feliz de fato. Mas não quero chegar nesse nível de introspecção. Falo apenas da mera vontade de fazer algo, tomar uma atitude definitiva, construir projetos, conquistar objetivos, realizar sonhos, matar vontades.

Vestir uma calça que não combina com a camisa.
Comer uma fatia de torta de morango no meio da dieta.
Não malhar em um dia de chuva.
Não ir à praia em um dia de sol.
Pular de bungie-jump.
Usar sunga ou biquini, mesmo se achando acima do peso.
Viajar sozinho para um lugar completamente desconhecido.
Comprar todos os CDs da banda que seus amigos odeiam.
Aceitar um encontro às escuras.
Não aceitar um encontro às escuras pela 10a vez.
Dormir mais cinco minutos.
Escrever uma carta de amor.
Pedir desculpas.

Às vezes, o mais complexo é fazer algo que deveria ser simples. Assumir que a ideia, por mais louca que pareça, por mais idiota ou sem sentido, é exatamente aquilo que você quer fazer e que nada nem ninguém tem o direito de sabotar:

- Você deveria se ocupar com coisas mais produtivas.
- Você está se deixando levar por um mero capricho.
- Você vai perder o seu tempo.
- Você deveria ter mais bom senso.
- Você não pode falar sério quando diz que ficará 13 horas em uma fila esperando para assistir um show.

Ser autêntico significa encarar esses tipos de comentários de cabeça erguida e, em palavras muito mais educadas, passar a mensagem: "Eu não pedi a tua medíocre opinião." Porque fora isso, o resto é puro medo. E realmente, é muito mais fácil viver amparado em opiniões alheias simplesmente porque a responsabilidade passa a ser do outro. Afinal, foi ele quem disse o que era melhor pra você. E se não for, a culpa é dele. Claro!

A única coisa que ninguém pode culpar o outro é pela própria frustração, pelo desejo reprimido, por tudo o que não se realizou graças a uma simples escolha: a de não ser você.

Então, faça! Enumere uma lista de 10 coisas que você precisa fazer antes de morrer. Dentre elas, inclua algo que você pode e vai fazer ainda em 2012 (mesmo que o mundo acabe). Assine. Respeite essa assinatura. Seja leal a si próprio. E faça!

Porque mais ninguém fará isso no seu lugar.